sexta-feira, 28 de maio de 2010

Kãduwia Kãduwia ( mensagem aos txais)

Hêmuwia kãduwia
Ãwun txai vakihu
Saithê kãduwia
Ãin txai vakihu
Ãin txai vakihu

Shãwãdawa ãdihu
Kãduwia vakihu
Ãin txai yunximbu
Saithê kãduwia
Kãduwia kãduwia
Kãduwia kãduwia

Shãwãdawa yunximbu
Hundu Vakiwuranê
Ãin iwra vakihu
Ãin iwra vakihu
Ãin iwra vakihu

Saithê kãduwia
Vakihu yunximbu
Saithê yunximbu
Ãin iwra vakihu
Ãin iwra vakihu.


Jean Hundu Shãwã (Arara) em músicas do povo

Corrupção

A segragação corrupta do Brasil e do mundo mata mais que qualquer uma outra coisa.
Não precisamos nem exergar isso, já esta bem nítido!
Quanta fome ,quanta miséria,quanta violêcia, tudo fruto do descaso social.
Ninguém nasceu para andar atrás de ninguém!
Nascemos para que possámos andar lado á lado.
Somos todos únicos!



Jean Hundu Shãwãdawa(Arara)

A Reconquista da terra

Em 1978, uma equipe da FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO( FUNAI) junto com o Antropólogo Anthony Seerger, fizeram uma viagem no Vale do Juruá no Estado do Acre, para fazer um levantamento da situação territórial e dos indíos dessa Região.
Ese levantamento foi feito em um batelão com capacidade para suportar 4 toneladas de carga, movido por um motor Yanmar de 11 HP sedido pela Secretária de Desenvolvimento Agrário de Cruzeiro do Sul. A equipe saiu do Rio Amônea e foi em direção do Rio Bagé, pois lá encontrava-se uma tribo de índios, nós os Shãwanawa! Ao chegarem na foz do Rio Bajé, o agrimensor da 14° DR na suspeita de ter contraído uma doença chamada malária, retornou a cidade de Cruzeiro do Sul. O restante da equipe prosseguiu viagem para conhecer e realizar o levantamento dos índios do Bajé. Os índios encontravam-se em uma região de difícil acesso, pois o Bajé possui uma calha estreita e rasa, navegável de verão a inverno só em canoa (pequena embarcação), o rio faz muitas curvas dificultando a tráfego em embarcação maiores, no inverno o rio alarga invadindo a mata. Esse rio extremamente sinuoso é infestado de maribundos e vespas, etc... cuja picada serve de tratamentos para diversas doênças. No período de cheias é necessário um proeiro que conheça o rio para que não se percam no mundo encantato dos Shãwanawas. Essa equipe teve que ser muito guerreira, pois hora teve que andar de barco hora a pé. Mas como eles não tinham costume de viver e saber lhe dar com tudo o que encontraram naquele teritório decidiram voltar e seguir viagem pelo rio Tejo. Sairam encostando e perguntando aos moradores seringueiros das margens do rio se eles sabiam da notícia dos índios do Bajé e eles foram dando as informações necessárias para que a equipe chegasse até nós. Falaram os regionais que havia um único agrupamento de índos no igarapé Dourado sendo que os do Bajé haviam se dispersados e já estavam morando no local de uma antiga maloca feita por Crispim que mantinha em torno de si um agrupamento de Shãindawa(Jaminawa) e Shãwanawa(Arara) foi por conta da mistura destes dois clâ que o Antrpólogo Anthony Seerger chamou em 1978 de Jaminawa-Arara. Na verdade a população indígena do Rio Bajé é formada por três povos Shawanawá, Shãwanawa e Shãindawa. A equipe seguiu a pé até o alto bajé, fizeram então levantamentos para fazer a delimitação e demarcação da terra Indígena Jaminawa-Arara, conversaram com alguns indígenas pedindos que se reagrupasse que os mesmos iriam ter seus territórios de volta. Foi a partir de então que o grupo voltou a se organizar e discutir como iriam estar trabalhando e cuidando do que é seu sem interferência alguma e sem escravidão por parte de ninguém.

Eu Hundu, jovem liderança , busco trazer e levar tudo de bom não só para meu povo, mas para todos os povos indígenas do território do Vale do Juruá, uma igualdade soberana e autônoma.

Hundu Shãwanawa
em conquista da Terra

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Primeiro Texto do Povo Shãwãdawa-Arara


O Povo Shãwãdawa encontra-se na Terra Indígena jaminawa-Arara no Rio Bajé munícipio de Marechal Thaumaturgo, Estado do Acre. Esta terra é habitada por 287 pessoas em cinco aldeias do Clã Shãwã, que em sua língua significa Arara.
Estes ocupam uma área de 28.926 ha, seu território continua preservado assim como sua cultura, só estavam esperando o momento do seu Yuximbu Jean Hundu Shãwãdawa-Arara, liderança geral dos Shãwãdawa, fazer as divulgações e demonstrações desse povo sábio e maravilhoso! Foi um pajé desse povo que fez surgir o seu tsimbu pavehuakã nos meios dos não-índios, pois apresentou a bebida sagrada para o Mestre Irineu, fundador do Santo Daime, que depois gerou todas as correntes espirituais hoje existentes ligadas ao mesmo. Foi ele, o maior pajé já existente no Acre e no Brasil, o senhor Crispim Shãwãdawa, sepultado em seu território.
Foi Crispim líder do Povo, até sete anos antes de se mudar deste mundo, que deu ayuashka pela primeira vez ao senhor Irineu em seu território em nossa Terra Indígena. Consideram que este jóvem Jean Hundu shãwãdawa-Arara herdou todo o conhecimento material e imaterial desse velho sábio e guerreiro que só se mudou deste mundo quando seu povo estava conquistando seu território. É este jóvem que dará continuidade a diversos trabalhos a partir dos conhecimentos adquiridos em diversos mundos.
Jean Hundu Shãwãdawa-Arara
em conhecimentos do povo.